
NO JARDIM DO ABSINTO
|Escorre pelos meus dedos o tempo e o vento
banhados pelo sal das horas e pela verdade.
Corre em minhas veias tanta dor e sentimento
e resta em meus olhos a imagem da saudade.
Esfacela-se em mim qualquer vestígio de vaidade
e, ao deparar-me com a tua ausência todo o céu se fêz gris
feito nuvens pesadas ,feito sombras da idade
restando-me na boca apenas esse gosto de anis.
Passeio tantas e tantas vezes por este jardim interno
à espera de um sinal qualquer da tua existencia
e,nessa idílica espera vou do céu ao inferno
percorrendo caminhos tortos,como sentença.
Haverá, perdidos na noite, um café ou qualquer boemia
que aplacando minha sede, devolva-me a eira
sem esses retalhos de um coração que em desvalia
sente na alma a tua falta a me corroer inteira?
Assim, de tudo o que vivemos, daquilo que restou
de tudo que se disse , do amor qu'inda sinto
ficou a pálida imagem da verde flor que te amou
e essa obsessiva memória, impregnada em licor de absinto.
Marcia Tigani_ março 2011
LINDA E MÁGICA SEMANA PRÁ VC! BEIJOS E POESIA SEMPRE!
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