Chove sem parar e, faz dias, ruas alagadas, roupas sem secar, rios jogam água para fora dos seus leitos, ribeirinhos são retirados de suas casas.
Escolas ocupadas, aulas suspensas, prejuízos nas lavouras, crianças impedidas de brincar ao ar livre. Mães agoniadas em face dos filhos estarem aglomerados em espaços que limitam o andar. Estradas intransitáveis, pontes que caem, deslizamentos, muros cedem, buracos e crateras surgem, coitados dos bombeiros, do pessoal do SAMU, hajam vagas nos hospitais, muitas chamadas para a ENERSUL, é um Deus nos acuda.
É o céu que chora parece que reclamar de alguma coisa que a nossa inteligência não consegue decifrar e derrama suas lágrimas sobre a terra, enxarcando-a.
É duro ver tudo indo água abaixo, depois de muitos sacrifícios para conseguir se ajeitar na vida. Dá dó, as famílias, nossos irmãos passarem por dificuldades, sendo recolhidos e amontoados em locais ajustados de última hora. E, dependerem de terceiros para viverem. Enfim, é assim mesmo, entra ano e sai ano, é repetitivo.
E as chuvas não dão tréguas, salve-se quem puder. Todos ficam de mãos amarradas, a natureza é caprichosa e o homem é teimoso, querendo enfrentá-la, e dá no que dá.
Nas vias públicas, perigos a vista, é preciso muita cautela. Sinaleiros pifados, o transito torna-se lento, as roupas nos varais a espera do sol aparecer, que roupas vestir (quando se tem!), calçados úmidos é um transtorno.
É tempo de carnaval, nos logradouros destinados para os desfiles, o vazio toma conta, a chuva é um complicador e compromete a desenvoltura das escolas de samba (das alas, prejudica o brilho das fantasias, todo um trabalho), e demonstrar para o público (duvidoso em comparecer) o samba no pé, é complicado quando se tem pouca ajuda. Mas, o pessoal tem vontade e, assim que a chuva cessar, vão para a Avenida sambar, com certeza defender as cores das suas escolas.
Nos salões o carnaval corre solto, mas não é para todos e a multidão fica no prejuízo. A maior festa popular fica no aguardo do tempo melhorar. Enquanto isso, o negócio é curtir do jeito que puder. Tem gente que aproveita para dormir sob o sonoro ritmo da chuva, entregue nos braços de Morfeu.
Já outros aproveitam para ler, manter-se atualizados, aprender concentrado nas palavras do saber que só trazem benefícios, aqueles capazes de se isolar do mundo ao seu redor, e do tempo disponível tirar proveito, uma vez que, chove muito e, algo tem que ser feito de útil, para que não passe em brancas nuvens, embora o céu esteja cinzento.
Chove e chove sem parar é o comentário reinante. É demais, já não aguento mais! Dizem alguns. Espera aí, chuva é alimento! Dizem outros. E os prejuízos? Quais? Inúmeros, não dá para relacionar são muitos. Bem, cada caso é um caso, temos de enfrentá-los.
É difícil, sim é, mas tem outra saída? Com a natureza não se brinca, ela até avisa sobre os danos possíveis de acontecer, porém a população tem que cooperar, cada um fazendo sua parte. Aos governos cabe administrar, e, sabemos que não é fácil, todavia juntos, muito pode ser realizado e, atenuar certos problemas que acontecem sempre que o céu chora e suas lágrimas inundam a terra.
Nelson Vieira
Campo Grande-MS, 06-03-2011.
visonel@uol.com.br
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