Sou um velho piano de cauda,em cuja madeira se inscreveu o tempo,
ou essa melodia inacabada escrita pelo destino e soprada ao vento.
Ainda dedico sonatas aos luares de setembro
e noturnos em ré bemol em noites de ventania.
Em clave de sol componho tanto,
que mal me lembrodas dores do caminho
a me ofuscar o dia.
Sou a erótica sinfonia que insiste em tocar à esmo e, de tão antiga ,
sou qual o verniz gasto da madeira de lei que recobre meus invólucros ,
onde as cordas já se esgarçaram tanto,que já nem sei...
Deixo-me tocar pelos dedos ágeis da paixão
e dela extraio acordes tristes _ por vezes dissonantes_
a invadir meus salões ,em noturnos saraus de inspiração.
Carrego em minhas composições tantos sustenidos,
tantas recordações feitas de allegros(ma non troppo)
em um coração enternecido.
É minha essa alma que se recusa a envelhecer:
sou musica de um mundo inteiro,
etérea dança das horas a espera do amor,
em pleno entardecer.
Marcia Tigani_ abril 2011
UM LINDO FINAL DE SEMANA PRÁ VC! BEIJOS COM POESIA!
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